segunda-feira, setembro 12, 2011

Até tudo se apagar

Olhou-me dentro dos olhos
E não viu o fogo que ardia
Na acolhida de um abraço
Não viu a força de acolher
Foi escolher viver distante
E se esconder no absurdo silêncio
Foi morar no inimaginável deserto
Onde vão dar todos os esquecimentos...

Amou-me dentro da vida
E não viu que era fogo o amor que ardia
Perdida num deserto de esquecimento
Até tudo se apagar assim para sempre
O amor, o olhar, o fogo, a vida...

18/08/2011 – 10:50






Escolho esquecer

Trago até o agora
Todas as histórias do tempo.
E as lágrimas de antanho,
Vertidas no momento,
Inundam uma vida inteira...
Flor ou fruto peçonhento:
Jardim ou pomar, deserto,
(A floresta verdadeira)
Perdido, longe ou perto,
Viver é um momento estranho,
Histórias que ora se perdem
No lá fora, no sem tempo...
No que acabou agora
Bem no topo do momento.

Trago para o fim
Todos os olhares do começo.
E viajo sempre assim
Na dor que mais padeço...
A vida, essa, não é para mim:
Qualquer felicidade eu não mereço,
No deserto tudo acabar assim
Sem ter por mim qualquer apreço.
Trago aqui dentro de mim
Todas as palavras que esqueço,
Essa poesia jardim ou pomar
(Fruto ou flor fenecida...)
Nesse deserto que não tem fim
Entre sonhar, viver, amar
Escolho o que não tem vida:
Escolho esquecer de mim.