sexta-feira, outubro 05, 2007

Brinca a Vida

Brinca comigo a vida
Mente que brinca e fere
Fere brincando comigo
Dia a dia sangrando
Uma tão aberta ferida
Séria e brinca ainda
De pintar dias tristes
E tristes madrugadas
Depois de noites escuras
Brinca a vida de estar morta
E finda

Brinca a vida e amanhece
Mais um dia sangrando
De ferir sempre brincando
Brinca a vida e esquece
Essa aberta ferida a doer
E assim a vida vai passando
Eu o mesmo sempre sangrando
Tão incapaz de esquecer
A vida sempre brincando
Como quem não conhece
Um outro jeito de doer
Um nada que parece
Tão duro de se viver
Porque a vida brinca
E mente que brinca
Quando só fere
Nada mais sabe fazer
Do que ferir e brincar
De pintar-me tão triste
Em noites tão escuras
E não resiste
A madrugadas tão duras
Em brincar insiste
E em ferir ainda
E brinca e fere
Só não finda

Um comentário:

CAVALEIRO ANDANTE disse...

Um daqueles "poemetos" que se escreve em cinco minutos, num arroubo de inspiração, ou talvez de extravasamento, que, quando a gente olha, diz: o que é que foi que eu fiz. Isso dá pano para manga, explicar a criação a partir disso é simplesmente impossível.