sexta-feira, outubro 05, 2007

Um quase soneto do medo de te perder

Estás aqui comigo e eu me aquieto,
Em teu seio, meu abrigo, descanso
Da dura lida da vida, eu amanso
Feroz temor de ser nada ao ser completo.

Estás aqui comigo e eu me esqueço
Das dores que sinto sem lamentar,
O grito contido que minto não ecoar
A tudo o que ouve que não te mereço.

Estás aqui comigo e tenho medo
Do dia que vem de vez tirar-te de mim
Ou ocultar-te quando eu tanto clamo.


Quando de tudo que sinto faço segredo,
Sem dar por mim que conter um grito assim
Revelará a tudo o que vive que eu te amo.

Um comentário:

CAVALEIRO ANDANTE disse...

Há que se desculpar a falta de métrica, os versos oscilando entre decassílabos e alexandrinos. Não é fácil fazer poesia com regras e, para se fazer um soneto, a inspiração tem que ser, ao menos por instantes, escrava da razão. Por isso é "um quase soneto". Nem sei se um dia quero ou vou conseguir escrever um perfeito. Fico, desde já, devendo.