É com a vida que erro minha poesia
E com a poesia erro meus sonhos
E com meus versos em sonhos erro a vida
Porque erro meus versos em vida quando sonho
Eu me componho não de vida e sonhos
Mas de meus versos errando minha poesia
É com a estrada que erro meus passos
Meu descompasso de sentir-me tão medonho
Eu me descomponho no que faço
Sonho de vida, em poesia, tão enfadonho
E no fazer-me em versos é que me desfaço
E no desfazer em versos a vida é que sonho
E em versos a vida é o que não canto
Em meu canto sem compasso me esvazio
E vazio de mim a vida é um desencanto
Em versos sem compasso eu desvario
A poesia que erro é um pranto
E o pranto em versos é o que silencio
É com a poesia que erro o dom de amar
E é amando que erro o dom de existir
No que muito canto é que sei calar
Calando o grito é que posso resistir
A todo silêncio em mim que não pode clamar
E a todo o amor que em mim não pode mentir
Mas que se pudesse com certeza mentiria
E se acaso mentisse, seria poesia
06/06/2006 – 14:46
segunda-feira, outubro 01, 2007
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Um comentário:
Há muito tempo escrito esse poema, só agora coloquei para concorrer no XVII Concurso de Poesia da USJT. Era para ele ter entrado ano passado, mas "Brinca a Vida" atravessou-lhe o caminho. Devidamente guardado, ele tirou o segundo lugar no dito concurso. Gosto dele, e gostei desde o início. Já me acusaram por esse jogo de palavras ter uma influência um tanto "pessoana". Outros já disseram que tem um jeito assim "drumomndiano". Fico grato e muito lisonjeado, mas este poema é mesmo meu, muito meu!
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